terça-feira, 8 de junho de 2010

O Sequestro Moral Religioso





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Antes de iniciar a exposição de idéias que irá caracterizar esse texto, acho cabível esclarecer o motivo do tema abordado. Cada dia mais nos deparamos com uma tendência “evangelizadora” da sociedade. Apesar de estarmos em uma era de colapso moral, podemos observar uma ascensão grandiosa de temas religiosos no nosso dia a dia. Não só isso, vemos a ascensão da própria religião, pois a cada minuto surge uma nova. Além disso, o espaço de assuntos religiosos na mídia é cada vez maior. Canais de televisão religiosos, cultos sendo transmitidos ao vivo, guias de espiritualidade, etc. Entre os homens mais poderosos do Brasil e do mundo estão líderes religiosos e líderes políticos que são religiosos. Por isso, é bem cabível tratarmos do assunto de uma forma mais crítica e embasada. Mas devemos nos perguntar primeiro: o que é religião? Como se forma uma religião? Quais os conceitos básicos de uma religião? Bom, são perguntas básicas que TODOS deveriam fazer antes de herdar a bandeira moral que é passada de geração para geração dentro de qualquer sociedade.

Sem perdermos tempo com etimologia e outrasdefinições que não nos serão úteis, vamos analisar o conceito de religião diretamente. Basicamente o que se tem quando a palavra religião aparece é algo... desastroso, na verdade. Mas além disso, podemos dizer que religião tem intrínseca relação com o conceito de moral. A moral é um conceito capcioso e sempre acaba confundido com ética, mas isso não será abordado nesse texto. A moral, em termos simples, é algo relativo aos costumes de um conjunto de indivíduos, ou seja, um conjunto de ações, e valores atribuídos a essas ações, que são aceitos e estabelecidos entre esses indivíduos. Sendo essa moral institucionalizada socialmente, nós passamos a resguardar um conjunto de valores atribuídos aos tais costumes aceitos, e esses valores é queconstituem outra grande parte da religião. Ou seja, temos moral e valores como partes essenciais do que chamamos religião. Qualquer religião pode ser definida pelos seus rituais tradicionais e pela sua própria definição do que é certo e errado.

Bem, até agora estamos indo bem, pois algo que tem tradição em seus costumes e nos diz o que é certo e errado parece ser bem interessante. Mas a coisa não é tão bacana quanto parece, pois essa moral não é tão afiada e, muito menos, pensada. O tal “certo e errado” é bem tendencioso, mas o pior de tudo nem é isso... É quando entra a metafísica, as explicações sobrenaturais de eventos simples, ou, como eu gosto de chamar, os contos de fadas (pode chamar como preferir). Algo que é quase patético, se for encarado com a devida seriedade. Um grande truque das religiões é tornar coisas mundanas em coisas sagradas, mágicas ou qualquer tipo de aberração especial. Um copo, um animal, um dia da semana ou até sua roupa íntima podem ser facilmente transformados em objetos ou conceitos mágicos. Por exemplo, o cálice sagrado do catolicismo, as vacas maternais do hinduísmo, o shabat judaico ou a bizarra garment dos mórmons. Coisas simples que viraram brinquedos de uma divertida gincana de faz-de-conta. Além disso, religiões prometem vida após a morte, justiça divina, figuras mágicas, histórias alegóricas e muito mais. Para qualquer pessoa racional são coisas, no mínimo, duvidosas, e hilárias... Pois, aparentemente, mulheres foram criadas a partir de uma costela, e existem idiotas capazes de lerem novos testamentos de Jesus Cristo a partir de pedras mágicas e placas douradas achadas nos Estados Unidos (pra quem não entendeu, calma que será tudo explicado adiante). Acho que a história do João e o Pé de Feijão poderia facilmente ser encaixada no meio desses outros contos de fadas. Já tem até vilão intergaláctico no meio dessas histórias de religiões, mas já chegaremos lá.

Antes de começarmos os contos de fadas e histórias bizarras que são proclamadas como verdades divinas, gostaria de levantar um ponto interessante, que é o fato de seres humanos terem uma pré-disposição a acreditar em algo sobrenatural. Pela evidência histórica e evolutiva do ser humano, nós realmente temos guardado um passado de crenças infundadas. Os Maias acreditavam em deuses que representavam fenômenos da natureza, os Egípcios antigos acreditavam em faraós mágicos, os Persas já tinham um deus onisciente e criador do mundo, os Gregos tinham sua complexa mitologia, etc. Então, baseados em fatos, sabemos que no princípio das civilizações foram criados deuses e explicações mirabolantes sobre a realidade. Olhando um pouco mais a afundo podemos ver que esses deuses existiam, principalmente, para explicar fenômenos da natureza e acontecimentos do acaso. Grande parte dessas civilizações atribuía o sucesso de suas colheitas aos deuses, assim como a bênção de um “casamento”, ou triunfo de uma caçada. Essas civilizações viam fatos da realidade se intercalarem entre sucesso e fracasso e atribuíram um caráter metafísico a essa mudança de realidade, e a partir disso tentaram obter controle dessas situações. E qual a única forma que eles teriam de controlar algo do qual eles não tinham conhecimento? Tentando agradar aos supostos deuses que acreditavam serem os grandes maestros da natureza, culminando em sacrifícios, construção de monumentos, fantasias, orações, etc. Porém, milhares de anos depois, já somos capazes de fazer fogo, plantações prósperas, prédios, pontes, manipular geneticamente certos alimentos, explorar o espaço sideral, curar inúmeras doenças, e mesmo assim parece que nada disso teve efeito nas antigas crenças e mitologias. Já somos capazes de explicar e controlar todos esses eventos e, mesmo assim, ainda continuamos a acreditar em explicações metafísicas. Incongruente? No Brasil, o Datafolha fez uma pesquisa este ano e constatou que um em cada quatro brasileiros acreditam no mito da criação divina da bíblia, ou seja, eles acreditam que a Terra tenha menos de 10 mil anos e que Darwinismo é uma balela. Obviamente os dados variam de acordo com o nível de instrução dos entrevistados, quanto maior o grau de estudo maior a porcentagem de pessoas que acreditam na evolução pura e simplesmente. Alguém pode argumentar que isso é no Brasil, e que realmente o nível de instrução das pessoas atrapalha em pesquisas assim. Mas será só isso? Em fevereiro de 2009 a Gallup Pesquisas realizou uma enquete com americanos de 18 anos ou mais sobre o mesmo tema. Constatou que, também por lá, um em cada quatro americanos acreditam no mesmo mito. De dados assim podemos constatar que as pessoas, mesmo com evidências empíricas e científicas, têm uma tendência a refutar o raciocínio lógico que poderia acabar com suas crenças no além. Como já falado, essa tendência à imbecilidade diminui conforme o nível de instrução, e alguns estudos apresentam dados que medem o nível de religiosidade nas nações. Obviamente as nações menos desenvolvidas são as que apresentam maior massa religiosa. Exemplo disso foi um estudo alemão feito em 2008, que constatou que 96% dos brasileiros são religiosos, sendo que 72% deles são altamente religiosos. Abaixo de nós estão apenas Guatemala e Nigéria. Bom, então podemos constar que quanto maior o nível de instrução menor o nível de religiosidade, o que deixa a religião em maus lençóis, pois a expectativa geral é de que umdia todos terão acesso à educação. Mas também podemos concordar com a conclusão de que mesmo com os avanços da ciência as pessoas insistem em manter sua fé. Um grande mistério que será abordado mais a frente.

Mas e o outro lado da história? E se formos conversar com um católico praticante sobre o absurdo de considerarem o mito criacionista como verdade? Essa hora é que aparecem os cristãos moderninhos e mais liberais, pois oBrasil tem pouca tradição em radicalismoreligioso em comparação a outros países, e os moderninhos liberais dizem que o criacionismo como verdade é radicalismo da ala ortodoxa, e que deve ser lido e interpretado somente como uma fábula inspiradora, que ali não são relatos de fatos históricos. Legal, até porque na própria bíblia que seguro em minhas mãos neste momento existe uma introdução à leitura, e, mais especificamente, existe uma introdução à leitura do antigo testamento que diz “Não se trata de um verdadeiro livro de história (ao menos no sentido que entendemos hoje de história), nem tampouco de um manual de história natural com a finalidade de expor as origens do mundo e da humanidade”. Então, basicamente existe uma tendência a concordar que o criacionismo é uma fábula ilustrativa de como deus criou o mundo (apesar dos 25% da população que acreditam ser verdade)... Tá, mas por que na mesma parte introdutória da bíblia tem escrito assim “Desde Adão até o dilúvio terão transcorrido 1.656 anos, segundo a bíblia hebraica, e 2.262 anos, segundo a versão grega dos Setenta”? Até onde eu sei, fábulas não têm localização na linha de tempo real, justamente por não serem reais! Imagino se toda vez que eu for contar a história da Branca de Neve eu deva, em vez de “há muito tempo trás”, dizer que foi entre o século XIII e XIV, porque faz mais sentido... Não vejo muito senso nisso. E tem outra questãoimpregnada nessa discussão, tudo bem de Adão e Eva serem uma fábula, mas os milagres, o dilúvio, o mar Vermelho abrindo e outros absurdos são verdades? E os 10 mandamentos, como devem ser vistos? Cito esses exemplos pois são todos do antigo testamento. Não só isso, entre os tais absurdos está a ordem divina de que o homem não deve trabalhar aos sábados, pois este é o sétimo dia da semana, dia em que o deus todo poderoso tirou para descansar, além de apologia à escravidão, à servidão da mulher e à pena de morte. Tudo mencionado aqui está claramente escrito no livro do Êxodo e Gênese, nãoestou tirando nada de contexto e nem distorcendo informações desencontradas. (Inclusive sugiro aos leitores que leiam esses dois livros da bíblia). Tudo bem, alguns dizem que isso é coisa do antigo testamento e que no novo testamento as coisas foram diferentes. Inclusive os “sagrados” dez mandamentos foram aperfeiçoados por Jesus no livro de Mateus, já no novo testamento, como, por exemplo, a questão da pena de morte. Porém, questões como escravidão, submissão da mulher, folga aos sábados nem foram mencionadas. Aonde está a linha entre o que seinterpreta como historia da carochinha e o que foi real? Onde está linha que separa fábula de verdadeiros ensinamentos? As pessoas podem deliberadamente escolher a forma em que a bíblia é mais conveniente pra eles? Se as pessoas ainda escolhessem entre os livros inteiros, como “não acredito no livro de Mateus, mas nos outros sim”, mas nem isso acontece, as pessoas escolhem partes da história para acreditar. É bagunçado assim? Não acho isso uma boa idéia porque, entre vários desdobramentos bizarros existe sempre a grande possibilidade de uma guerra religiosa, que se sustenta justamente em visões diferentes sobre livros sagrados. Nessa história ridícula mesmo de antigo testamento é que surgiu a lombra de povo escolhido, que seriam os tais israelitas. Moisés menciona isso várias vezes no livro do Êxodos, e é respaldado por deus que diz ser o deus dos hebreus e israelitas. De passagens com tais menções foi que os malucos do Oriente Médio tiram idéias geniais que resultaram em Faixa de Gaza, guerra e envolvimento da ONU. Mas, para outro grupo de idiotas existe o novo testamento que diz que os povos do mundo inteiro serão abençoados, e não somente os israelitas. Por questões idiotas como essa que acabam se misturando com política é que surge a matança e toda essa palhaçada que vemos.

Aliás, já que tocamos no assunto do cristianismo, gostaria de abrir uma discussão bem interessante sobre as origens da bíblia. Como foi falado no início do texto, o ser humano tem uma tendência a acreditar em algo metafísico desde muito antigamente. E acho que a maioria dos leitores sabe que a história da bíblia se inicia no Egito, quando o alucinado do Moisés resolve libertar o povo escolhido. Então que resolvi pesquisar sobre a grande civilização egípcia e descobrir se ela tem algo a ver com tudo isso. Descobri, acreditem se quiserem, que existem similaridades bem interessantes entre religiões “modernas” e as crenças dos egípcios. Mas como era a religião egípcia? Bom, na verdade, não existe uma religião egípcia, existem várias.

Como o Egito foi um império que foi se expandindo e agregando novos povos, é natural que houvesse diferentes crenças entre esses povos. Mas, conforme esses povos foram sendo conquistados ou agregados ao grandeimpério, essas crenças foram sendo modificadas e moldadas para servirem melhor às novas conjunturas políticas. Não podemos esquecer que estamos falando de muito tempo antes de Cristo. Para se ter uma idéia, os primeiros amuletos religiosos achados no Egito datam 3.100 anos A.C. E, conforme esse império se expandiu, passou a ser notada uma separação das diferentes manifestações religiosas. Estudiosos separam essas religiões em sacerdotal, funerária, popular e estatal, sendo que podemos fazer uma ligação direta dessas vertentes com o nosso tempo atual:

Sacerdotal – era a parte da doutrina exercida pelos sacerdotes, que era dedicada a explicar as coisas do mundo, tinha uma essência mais filosófica. Também se dedicava aos atos caridosos. (Podemos ver claramente um resquício disso na doutrina franciscana do catolicismo, ou até mesmo a dos monges budistas, etc)

Funerária – ligada aos fatos da morte, criava explicações mirabolantes sobre o futuro de uma alma, instituía rituais de passagem e dava esperança da vida após morte aos sacerdotes e faraós. (Esse é um traço de quase todas as religiões atuais.)

Popular – lidava com fatos cotidianos e mundanos, como os perigos do dia-a-dia. Tentava criar remédios e poções para atenuar os perigos da vida, como mordidas de cobra (que era um grande problema na época) e acidentes de trabalho. (É um traço que se acentua fortemente em religiões de origem africana, como o candomblé e umbanda. Também vemos um forte apelo a esse lado vindo de novas religiões que prometem curas absurdas de graves doenças.)

Estatal – essa só queria saber de grana. Templos gigantescos, muito ouro, muita arrecadação tributária do governo e muito trabalho dicado à construção dos monumentos e estátuas de cunho religioso. (Não muito estranho atualmente, basta olharmos para a Igreja Universal, Edir Macedo, Vaticano, bancada político-religiosa, que acharemos incríveis semelhanças)

Mas além desses aspectos, existiam outros que eram bem similares aos das futuras religiões. O ritual de passagem para o pós-morte, a famosa mumificação, era uma maneira de purificar os corpos para que eles estivessem dignos e aptos a adentrar em um mundo superior. Eles acreditavam em um mito de criação absurdo, de o mundo ter surgido, basicamente, de um grande lamaçal, e também acreditavam que a serpente era um animal maldito (acho que Adão e Eva concordam com isso). Mas a maior coincidência de todas é a história de Osíris, que nasceu de um deus, viveu entre os homens, ensinou compaixão e acabou assassinado. (Se eu fosse ele eu processava os escritores da bíblia cristã por plágio). Além disso existem similaridades no jargão utilizado, na conjuntura histórica e vários outros aspectos.

Ainda dentro do assunto de bíblia, gostaria de levantar outro ponto que é a história da própria bíblia. Não só pelas incongruências temporais de quem escreveu, mas pelos textos escolhidos para fazerem parte ou não dos evangelhos. Todos devem conhecer os apócrifos, que são os textos que não entraram pra bíblia católica, mas será que todos sabem como isso foi decidido?

“As versões sobre como se deu a separaçãoentre os evangelhos canônicos e apócrifos, durante o Concílio de Nicéia no ano 325 D.C, são também singulares. Uma das versões diz que estando os bispos em oração, os evangelhos inspirados foram depositar-se no altar por si só !!! ... Uma outra versão informa que todos os evangelhos foram colocados por sobre o altar, e os apócrifos caíram no chão... Uma terceira versão afirma que o Espírito Santo entrou no recinto do Concílio em forma de pomba, através de uma vidraça (sem quebrá-la), e foi pousando no ombro direito de cada bispo, cochichando nos ouvidos deles os evangelhos inspirados...”[6]

Ainda, nessa primeira década do século XXI, um assunto muito curioso foi tratado pela Igreja Católica. LIMBO. Explica-se, rapidamente, para os não familiarizados. Limbo é um lugar para onde vão as pessoas (é melhor alma, né?) que não foram redimidas, por meio do batismo, do pecado original advindas do casal mais famoso do mundo. Dizem que é um lugar em que não podemos ver a imagem de deus e nem degustarmos da paz e felicidade supremas e eternas. Isto é, pro céu elas não vão! Pra tal lugar vão as crianças não batizadas que morreram prematuramente, por exemplo, assim como os que viveram antes de cristo.. Para pais católicos isso deve ser horrível! Bom, então por volta de 2006 o Vaticano revisa a situação do limbo com o intuito de bani-lo[7]. Uma comissão de 30 membros, chamada Comissão Teológica Internacional, reuniu-se a fim de estudar tal procedimento. Sob a argumentação de o limbo ser uma mera hipótese – como se o resto tudo fosse verdade -, exibiram um documento de 41 páginas entitulado “The holpe of salvation for infants who die without being baptized”[8]. Não consegui ler o documento na íntegra, e acho que nem o papa conseguiu também, mas ele gira em torno da comprovação da bondade de deus pela leitura, claro, da bíblia, e o cuidado em tentar não se contradizer quando o assunto é salvação em cristo. O ponto mais interessante é que um lugar fictício deixou de “existir”. E isso porque foi considerado como uma hipótese. Então as almas ganharam um ticket de transferência do limbo para o céu? E o melhor, sem passar pelo purgatório! Agora os pais podem ficar aliviados, já que agora podem ter certeza que os filhos desfrutam da presença de deus.

Legal, não é? Aposto que poucos sabiam disso. Quanto mais se pesquisa mais coisas ridículas como essas aparecem. E não é exclusividade do catolicismo. Hoje vai sobrar lenha pra todo mundo.

Vamos ver outras religiões. Mantendo-nos dentro do cristianismo podemos já partir para o brilhantismo dos mórmons (alguns vão questionar a classificação dos mórmons como cristãos, mas pra mim, na verdade, não faz a menor diferença). Alguém sabe da história dessa galera? Bom, então senta que lá vem história (das boas). Tudo começou com um figura norte-americano chamado Joseph Smith Jr. Esse aí fez a festa, já foi caçado por escândalo financeiro, fracassou na tentativa de se estabelecer com seus seguidores em dois estados diferentes dos EUA e tentou instituir a poligamia na religião. É, o cara tocava o rock'n roll na parada. Mas isso é detalhe, o importante mesmo é que antes disso tudo ele tava confuso e não sabia qual religião seguir. Daí ele inventou de ir pro meio do mato rezar e esperar pela sabedoria divina atingi-lo. Eis que ele viu a luz, e a alucinação dele o mandou constituir uma nova igreja (que idéia genial, quem pensaria nisso?! Só deus mesmo...), pois as igrejas que existiam estavam corrompidas, depravadas e tudo de péssimo que há no mundo. Nessas alucinações foi falado a ele que existiam partes das escrituras bíblicas enterradas nos EUA, e que Jesus Cristo teria vivido nos EUA com alguns apóstolos logo após sua ressurreição (segura pra não rir que a parte boa tá chegando). Então, a luz divina mostrou a ele onde estavam essas escrituras, que eram páginas de ouro escritas em algum tipo de código secreto das alucinações divinas. Para que ele pudesse entendê-las, Joseph Smith deveria usar as pedras mágicas da revelação (seers stones). Ou seja, bastava ele colocar essas pedras por cima das páginas de ouro que ele conseguiria entender tudo que estava escrito. Para isso, ele buscou a ajuda de Martin Harris, que, por coincidência, era um banqueiro muito rico da cidade que apoiou a idéia de Smith e pagou todos os custos de publicação, divulgação, etc. Ah, mencionei que Smith foi instruído a manter as páginas douradas em segredo? Pois é, ninguém nunca viu essas placas de ouro, nem mesmo Martin Harris. Enfim, Smith ia lendo as placas com a ajuda das pedras mágicas enquanto Martin Harris ia transcrevendo tudo em folhas de papel. Numa dessas o tal Harris levou algumas páginas da transcrição em papel para casa e mostrou a sua esposa, Lucy Harris. Obviamente, a mulher desconfiou dessa história mais sem pé nem cabeça e escondeu as transcrições, alegando que se a loucura do Smith fosse real ele poderia traduzir novamente as páginas de forma fiel. Lucy mandou seu marido dizer ao Smith que as páginas tinham sido perdidas e que precisariam ser traduzidas novamente. E advinha só, Smith de fato traduziu novamente as páginas... mas de forma diferente, com várias incongruências da primeira versão. Por que será? Bom, foi assim que surgiu o livro dos mórmons. Livro esse, que conta histórias bem cômicas, diga-se de passagem. Como, por exemplo, a história relatada no livro de Abrãao na qual o trono de deus fica pertinho de um planeta (ou estrela) chamado Kolob. Tem outros absurdos legais como que se o homem seguir os mandamentos de deus aqui na Terra ele se tornará um deus quando partir desse mundo, e ele pode até ganhar outras esposas pós-morte se deus ficar satisfeito com o trabalho dele. Essa é uma religião criada há, mais ou menos, 200 anos atrás, e tem seguidores no mundo inteiro, dá pra acreditar?

Querem saber de mais loucuras? Já ouviram falar em cientologia? Pois é, a nova moda de Hollywood, John Travolta e companhia estão se esbaldando nessa nova brincadeira religiosa, mas poucos sabem da onde ela vem. A cientologia foi uma religião criada por L. Ron Hubbard, que era um escritor de ficção científica, acreditem se quiser. Ele bolou uma história bem supimpa, que mistura psicanálise, pseudo-ciência e pura loucura, para tentar explicar o porquê somos pessoas deprimidas e tristes e como viemos parar nesse planeta. Aparentemente, há bilhões de anos atrás, existia um governador intergaláctico do mal chamado Xenu, que após constatar que havia uma superpopulação dos planetas decidiu levar bilhões de habitantes para o planeta Terra. Xenu congelou a galera e usou naves intergalácticas parecidas com os aviões McDonnell Douglas DC-8, fabricados nos EUA nos anos 60, para largar esses ET's em vulcões. Já dentro desses vulcões os habitantes intergalácticos foram mortos por bombas de hidrogênio, e suas almas, que por uma tendência física ao que parece iam subindo aos céus, foram capturadas por aparatos gigantes de vácuo que armazenaram essas almas e as recolocaram em instalações onde receberam horas de filmes coloridos que fizeram uma lavagem cerebral nessas almas de criaturas intergalácticas. Essa lavagem cerebral fez as almas alienígenas acreditarem em uma falsa realidade, e após o término dessa etapa as almas foram liberadas e vagaram aleatoriamente na Terra até encontrar os corpos dos seres humanos. Para a cientologia, todos os nossos medos, anseios e depressões vêm do fato de estarmos carregando essas almas viciadas em nossos corpos. Mas não se preocupe! Eles têm a cura para isso, com sessões que custam poucos milhares de dólares você consegue se livrar desse mal e ver a vida em sua plenitude. Sim, tudo que escrevi é verdade. Aí aparece um monte de Zé Qualquer que acha tudo isso maravilhoso, acredita plenamente que existiu Xenu, almas alienígenas, naves espaciais... E é a mesma coisa com qualquer outra religião. “O profeta nos trouxe a palavra de cima daquela pedra, então a pedra é sagrada”.

Parece que o raciocínio lógico do ser humano só se desenvolveu em uma área, e não tá conseguindo fazer a ponte até a religião. Será que é isso?

Bem, tem um outro lado, que não é o dos fiéis. É o lado de quem controla essas insituições religiosas. Olhando de perto a gente percebe que a religião não fornece apenas “explicações”, costumes e contos de fadas, ela também traz poder! E com poder vem dinheiro. Olhem o Vaticano, palácios repletos de ouro, roupas de linho, seda ou sei lá o que. Olhem em Israel os templos gigantescos com ouro e outras coisas bem preciosas. Até o nosso querido e humilde amigo Edir Macedo tem alguns bens materiais bem caros. Será tudo coincidência? Bom, pra quem usa o cérebro, definitivamente não existe coincidência nesse ponto. Eu consigo, sinceramente, ver o sentido na criação de uma religião. É apenas mais uma tentativa de ascender na cadeia do poder dentro da sociedade. Meu problema é com os acéfalos que seguem essas linhas absurdas de pensamento como fiéis devotos. Uma grande praga social é a tradição moral, que é passada de geração em geração. Pais católicos criam filhos católicos que criam netos católicos e assim vai. A merda se alastra sem ninguém nem saber o porquê. Eu gostaria de saber quantas crianças são levadas tanto em igrejas cristãs quanto não cristãs, templos e outros locais religiosos para que possam escolher ao final de tudo sua própria religião. Mais ainda, quantas crianças são criadas com senso crítico afiado e com a aberta possibilidade de que não exista nada no lugar da religião? “Ah, mas é cruel falar para uma criança que não existe deus, é quase desumano”. Isso pode ser verdade pra quem acredita em deus, mas aos olhos de quem não acredita o absurdo está em iludir a pobre criança, mentir descaradamente pro seu filho dizendo que se ele for bonzinho o papai celestial dele vai recompensá-lo e lhe garantir vida eterna. Na minha opinião é muito pior mentir descaradamente para um filho do que falar pra ele “olha, é bem provável que não exista nenhum deus e nenhum céu te esperando quando morrer”. Mas nada disso é muito estranho, pois é basicamente a campanha do medo, nós vivemos sob a eterna bandeira do medo. É quase uma patologia do ser humano sentir medo. Nós temos medo da violência social, de andar de avião, de terremotos, das mudanças climáticas, de doenças contagiosas, do apocalipse, etc. E o medo pode ser bastante proveitoso para aqueles que estão mais alto na hierarquia do poder social. Da mesma forma como o medo do terrorismo legitima um governo que inicia uma guerra sem motivo sustentável, ele pode legitimar uma instituição religiosa por séculos seguidos. As grandes religiões se fundam ou se fundaram em constante propaganda do medo. Desde a inquisição até os atos de terrorismo moderno a campanha que prevaleceu foi a do medo. Em constantes conversas que tenho com pessoas que se consideram religiosas o maior problema que elas apresentam em deixar a religião é o medo do que pode acontecer. Isso esclarece em grande parte a dúvida inicial do texto do por que as pessoas ignoram os avanços científicos para se apegarem às crenças religiosas. E faz sentido, pois crescemos sob o pressuposto de que a pior coisa que se poder fazer na sua vida é negar a existência de deus. O inferno é um conceito muito bem concebido e que facilita em muito o trabalho da igreja em manter todos assustados e crentes no deus todo poderoso. Para ilustrar a questão vamos analisar os dois maiores grupos de religiões do Brasil: católicos e evangélicos. Enquanto o catolicismo vem mudando aos poucos seu discurso, arriscando uma doutrina mais tranquila, pacífica, e baseada no novo testamento, os pastores evangélicos têm reforçado cada vez mais a ideia do inferno, das profecias do antigo testamento e, por consequência, têm reforçado a campanha do medo. O resultado disso? Vamos dar uma olhada no Censo brasileiro, mas especificamente no estudo Tendências Demográficas: Uma Análise da População com Base nos Resultados dos Censos Demográficos de 1940 e 2000 :

O estudo mostrou uma expressiva redução de católicos apostólicos romanos de 95% para 73,6% da população no período 1940/2000. Enquanto isso, os evangélicos cresceram de 2,6% para 15,4%.[9]

O resultado das diferentes posturas adotadas pelas maiores forças religiosas no país é bem evidente. Mas a tática evangélica não é nada estranha à igreja católica, pois foi a mesma tática usada por eles não muito tempo atrás. Eles te prometem o mundo, mas também te aterrorizam caso você não siga corretamente a doutrina e, mais importante de tudo, caso você não contribua financeiramente com a “obra de deus”. Mas não é só o medo de castigos e punição divina que sustenta essa irracional crença no além. Existem mais dois pontos muito relevantes: o primeiro é a carência do ser humano; e o segundo é um tipo medo mais específico, quase que inerente a nossa natureza, que é o medo da morte. A carência é algo que nos leva a fazer coisas estúpidas, como ter um amigo imaginário, tratar animais como gente, viciar em sites de relacionamento e bate papos virtuais, comprar um Tamagoshi, etc. O ser humano tem grande dificuldade em aceitar a idéia de estar sozinho, ou de que só ele entende certas coisas. É quase uma compulsão humana acreditar que existe alguém sempre conosco. Tudo bem, se isso for feito de forma ponderada não há mal nenhum. Podemos criar grandes amizades, arrumar romances, conhecer coisas diferentes, ler livros que nos levam para lugares bacanas, ou até nos dedicarmos ferrenhamente aos estudos para suprir uma parte dessa carência. Mas quando a parte irracional do cérebro humano fala mais alto é que as coisas começam a se complicar. Daí o cidadão passa a acreditar que tem sempre alguém olhando por ele, que o entende, que o defende e protege, e que salvará sua alma na hora da morte. Aliás, morrer é algo inaceitável para as pessoas menos privilegiadas intelectualmente. Para essas pessoas a idéia da morte deve ser repelida de qualquer forma. É então que aparecem as religiões prometendo vidas eternas, reencarnações e absurdos do tipo. E os coitados carentes e incapazes de processar informações no cérebro caem direitinho no conto do vigário. Mas para tentar afastar as explicações dos racionalistas que “pensam demais” as religiões têm um mecanismo bem interessante. Elas distanciam a experiência divina do ser terreno. Eis que as religiões nos falam que nós somos incapazes de entender o que é vida eterna, nós não temos noção da complexidade dos planos de deus, que quem está no céu não pode falar conosco... Tudo que é divino é intocável e não pode ser entendido por nós, meros seres humanos (algo que lembra muito a propaganda socialista). De qualquer forma é uma questão essencial no sustento das religiões, a vida eterna. Esse ponto puxa minha próxima vítima, pois as carências mais absurdas nesse aspecto estão nas religiões derivadas do espiritismo.

Para falarmos de espiritismo teremos que, inevitavelmente, falar de Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido como Allan Kardec. Esse indivíduo foi quem codificou os “conhecimentos” acerca da doutrina espírita. Para não fugir do clichê, a história dele se parece com todas as outras a respeito do início de uma religião. Um espírito apareceu para ele clamando ser o espírito da verdade, e que ele deveria ouvir o que o espírito tinha a dizer e codificar novos ensinamentos para revelar ao mundo (história original, hein?!). Pois então, segundo diz a história, o tal Rivail era um professor que se dedicava ao estudo do “magnetismo humano” (Vou abrir esse parêntese para comentar que toda vez que paro para estudar esses fundamentos religiosos modernos parece que estou num filme tosco de ficção científica da Sessão da Tarde, onde gostam de usar nomes estapafúrdios e cômicos como “arma de lasers cósmicos positrônicos”, ou “acelerador de partículas e ondas plasmocêntricas”. E, obviamente, o mérito científico desses filmes e dessas religiões é o mesmo). Bom, seguindo a história do professor Rivail, eis que ele teve a revelação e, no meio duma dessas conversas/delírios, ele teve uma visão de seu passado encarnado como Allan Kardec, um sacerdote druida, e foi daí que surgiu o pseudônimo que ele usou para fazer todas as suas publicações. O espiritismo também se utiliza da bíblia e de suas passagens como referência espiritual e moral que devem orientar seus fiéis. Além disso, a fé básica do espiritismo gira em torno da existência do ser após sua morte, e de sua reencarnação posterior, de forma que a cada ciclo desses seu espírito evolua intelectualmente e moralmente. No mundo dos espíritos existe uma hierarquia de espíritos mais e menos desenvolvidos. Kardec postulou que é possível nos comunicarmos com esses espíritos através de pessoas que têm qualidades especiais para tal, são os chamados médiuns. O espiritismo define que todos nós somos espíritos em evolução, e que somos reencarnações de espíritos que já habitavam a Terra, de forma que podemos conhecer nosso passado espiritual com a ajuda do hipnotismo. Kardec definiu o espiritismo como uma ciência que trata dos espíritos, sua natureza, destino, origem, etc. O engraçado é que o espiritismo é uma ciência com uma metodologia específica, diferente da metodologia científica. Acho que alguém esqueceu de avisar o sr. Kardec que ciência só é ciência quando segue a metodologia científica, e não uma metologia arbitrária imposta por alguém tendencioso. Não sei quanto ao leitor, mas quando um cientista fala pra mim que acredita em “magnetismo humano” eu passo a ter sérias dúvidas em relação à competência desse “cientista”. O bizarro é que os fiéis realmente acreditam se tratar de uma ciência, como fica bem evidente nessas passagens de um texto do Allan Kardec Spiritist Center[10]:

“Difere o ESPIRITISMO de todas as religiões conhecidas, por demonstrar a lógica de seus ensinos através de experiências científicas documentadas por uma legião de sábios de renome internacional. [...]

Não existe o sobrenatural e o milagre no Espiritismo. Todos os fenômenos, por mais estranhos que pareçam, têm explicação lógica. São, portanto, de ordem natural.

Como se o mundo já não estivesse cheio de pseudo-ciências... Mas basicamente é isso que a galera dos espíritos acredita, que quando se morre seu espírito fica obedecendo ordens de espíritos mais evoluídos, e que a gente fica pairando por aí, enchendo o saco dos outros, transmitindo mensagens por psicografias, esperando nossa próxima reencarnação. Aliás, pelo tempo que o ser humano existe acho que já estava na hora de todos estarem já bem evoluídos e crescidinhos. Porém, o espiritismo colocado aqui é o espiritismo fundamental, baseado nas palavras de Allan Kardec, além dessa vertente existem milhares de outras, como o brasileiríssimo Candomblé, que faz um mexidão com todas as religiões possíveis e cria uma gororoba completamente aleatória, sem sentido e quase esotérica. E tudo isso é basicamente tentando lidar de forma mais confortável com a morte, de acreditarmos que ficaremos bem depois de morrer. Aliás, nós queremos é acreditar que os OUTROS ficarão bem quando morrerem. A maioria das pessoas tem uma imensa dificuldade com a morte, elas querem acreditar que seus entes queridos estão bem, e de que todos que fizeram o bem enquanto vivos estarão salvos.

Aqui, chegamos num ponto que eu considero um dos mais importantes. O egocentrismo do ser humano religioso... Sim, a falsa humildade religiosa. Basicamente a conclusão é: as pessoas querem SE sentir bem, e não fazer os outros se sentirem bem. O conforto com a morte é apenas para nós, seres vivos, o falecido já cessou de existir, para ele não faz diferença nenhuma. Mas nós somos muito egoístas e queremos acreditar no bem das almas para NOS confortarmos e conseguirmos lidar melhor com a morte. Além disso há outros aspectos bizarros do egoísmo religioso. A maioria esmagadora das pessoas religiosas acredita que algo espetacular acontecerá no seu tempo de vida aqui na Terra, seja a vinda de um profeta, seja o fim do mundo, seja um milagre, ou qualquer manifestação sobrenatural grandiosa e especial. Os religiosos acreditam serem especiais demais para perderem algo assim. As pessoas se referem a deus como o seu deus particular, ele responde tudo que essas pessoas perguntam. Não coincidentemente, na fundação das religiões é uma só pessoa que ouve a revelação divina, só UMA pessoa é a escolhida como profeta ou revelador da mensagem sagrada. Acho que os deuses que essas pessoas criam são roucos, e só conseguem falar com uma pessoa por vez. Será que o egoísmo e a possessão que as pessoas têm em relação a sua religiosidade têm a ver com essas incríveis coincidências das histórias dos profetas? Julguem vocês mesmos.

E a hipocrisia é acachapante! É completamente inadmissível aceitarmos que o estilo de vida religioso seja imposto a todos. Especialmente com o típico discurso que “se faz bem para a pessoa, que mal há?” Todo! Cansamos de assistir essas pessoas “de bem” interferindo nas mais diversas esferas da sociedade. Já teve procurador-geral da república católico impedindo o estudo de células-tronco. E tudo isso pra um dia ele ou qualquer defensor da causa recorrer aos avanços um dia negados (lembrando como exemplos históricos o caso de Copérnico, Galileu, Darwin, e muitos outros). O mérito do aborto sendo discutido pelos religiosos usando conceitos que a ciência desvendou. Essas pessoas estão infiltradas nas três esferas do poder exercendo sua fé e impondo morais retrógradas, atrasando o desenvolvimento. Política regada à religião, seu ensino obrigatório... Absurdo! A interferência está por toda parte e não se resume somente a homilia aos domingos. Caso não saibam, nossa ilustre candidata à presidência, Marina Silva, acredita no criacionismo.[11]

Gostaria de fechar esse texto reforçando o fato de que a idéia religiosa é, em geral, reservada aos menos privilegiados intelectualmente, e que, de acordo com os estudos, existe uma forte tendência ao ateísmo conforme os níveis intelectual e escolar aumentam. Não só isso, de acordo com os estudos de Richard Lynn [12], os ateus são, de fato, mais inteligentes. Coincidência? Não, conforme ele mesmo explica, pessoas de maior QI e nível escolar tendem a questionar instituições sociais como os dogmas religiosos, além disso, essas pessoas têm maior acesso à informação, isso significa que elas acabam conhecendo diferentes teorias sobre os fatos questionáveis da realidade. E é essa mensagem final desse texto: se há dogmas ou paradigmas estabelecidos em seu meio social, questione-os! Procure diferentes teorias e alternativas racionais para explicar sua própria realidade. Seja alguém que está sempre do lado do conhecimento e da razão, espalhe boas idéias e incentive o questionamento das pessoas. Se não fossem seres humanos questionadores e estudiosos nós ainda estaríamos vivendo num planeta quadrado sem saber que os macacos são nossos parentes próximos.