O assunto hoje não poderia ser outro além das eleições norte-americanas. O fusuê é grande acerca da temática, e não é pra menos. A nação que dita o regime internacional estabelecido está ansiosa pelo que vem pela frente. Mas pq há tantos holofotes em cima disso?
A grande questão é essa eleição vai dar rumo definitivo a várias políticas e diretrizes adotas nos últimos 8 anos, na desastrosa administração Bush. Os EUA, principalmente por culpa de seu governante Bush, transformaram um ambiente internacional, relativamente calmo, em um pan-demônio. Todas as grandes instabilidades dos últimos anos envolveram decisões do caipira texano. Guerra contra o terrorismo, Iraque, crise da Geórgia com a Rússia, investigações sobre o poder nuclear do Iran, crise na Venezuela, acusações de tortura com prisioneiros de guerra e, por último, a crise financeira. Cada uma dessas situações afastou os EUA pruma berlinda moral no cenário global. Ninguém mais leva a sério qualquer atitude vinda do alto comando norte-americano. O serviço de inteligência de lá virou motivo de piada. A irresponsabilidade com direitos humanos, a falta de respeito com questões de soberania de outras nações e clara demonstração de incompetência com a crise do setor financeiro os afastaram completamente do escopo de seriedade no regime internacional. Porém, as redes (comunicação, informação, comercial, conhecimento, tecnologia) estabelecidas ainda delatam os EUA como peça chave na dinâmica internacional. E é por isso que as eleições de hoje são tão importantes. Cabe ao novo presidente estabelecer bases para se estruturar novamente um comando norte-americano sob o globo. Cabe ao novo governo ganhar respeito e seriedade novamente.
Os EUA estão dividos entre a campanha pra mudança (Obama) e a campanha pautada na experiência (McCain). A disputa entre os dois candidatos foi muito acirrada, e muito impressionante, sob meu ponto de vista. Obama recorreu ao financiamento privado de sua campanha, apostou em grandes comícios, shows e meios de comunicação, além de ser claramente o candidato preferido de populações fora dos EUA. Aqui no Brasil mesmo pudemos ver o apoio claro dos meios de mídia ao candidato democrata. Mas mesmo assim McCain conseguiu se manter no páreo até a reta final, ficando sempre perto nos índices das pesquisas de opinião. E me impressiona saber que existe tanta gente querendo a continuidade do partido republicano no poder.
Pra quem assistiu aos debates pôde observar que McCain sempre frisou que seu governo não poderia ser atrelado ao de Bush, pois são duas pessoas diferentes. Suas políticas iriam se basear na sua experiência de parlamento e no seu histórico impecável e coerente de decisões e votos dentro do plenário. Mas nessas afirmações já podemos observar o claro pensamento republicano, de retidão, disciplina e coerência. Valores não ruins necessariamente, mas que nesse momento é tudo que o povo não precisa. Toda essa certeza e retidão fizeram o país pisar na merda e enfiar o outro pé com gosto.
Do outro lado temos Obama, representante democrata. Entre as trocas de farpas em forma de brincadeiras entre os partidos é bem conhecida a história de “vc não precisa ser coerente o tempo inteiro, basta ser democrata”. Obama, apesar de sempre parecer seguro si e certo do que fala, tem suas incoerências no passado, e teve de se adaptar a uma nova postura para assumir essa liderança. Obama foi mais flexível e abusou do espetáculo para conseguir superar a barreira racial que permeia a sociedade norte-americana. Só pra se ter uma noção, na semana passada Obama comprou meia hora de transmissão simultânea em 3 canais norte americanos:
Agora o futuro reside nas mãos de quem ganhar o caneco da corrida eleitoral. Acredito que Obama vá ganhar, e pelos índices de hoje minha opinião, e de outras milhares de pessoas, está certa. As políticas de Obama envolvem corte de imposto para classe média e aumento para a classe rica, o que, na minha avaliação é correto, pois tira carga tributária da classe média, incentivando o consumo e passa isso pras grandes corporações. McCain diz que isso vai desestimular a produção, mas acredito que seria estupidez. Se a empresa for esperta ela irá tirar parte do seu lucro pra compensar o aumento tributário, e o repasse do governo pra classe média aumenta o consumo, que por sua vez, compensa a perda de lucro das grandes empresas. Essa será uma estratégia importante nesse novo governo, ainda mais levando em conta a gigantesca dívida interna privada e pública dos EUA. O Fed anda emitindo título público que nem nota de 1 dólar, e isso só vem aumento o déficit público, e a solução é a reforma tributária. Outra medida importante é diminuir gastos do governo, principalmente com essa guerra sem sentido. Os pacotes aprovados no parlamento pra guerra deram um desfalque monumental de aproximadamente 3 trilhões. Ambos candidatos apóiam corte de custos, mas cada um vai procurar isso num lugar. Obama quer dar fim à guerra, mas n imediatamente. McCain se deixar vai invadindo Iran, Afeganistão...
No final das contas tudo que posso fazer é ficar aqui torcendo pelo Obama, pois apesar de não concordar com tudo que ele prega, a vitória do McCain seria o colpaso desse regime internacional, e isso seria uma coisa boa se tivesse alguém que pudesse estabelecer um novo paradigma digno, mas as perspectivas não são nenhum pouco boas.
Danda
2 comentários:
Parece o primeiro mandato do Lula. Depositam tanta confiança que é fácil frustrar. De toda parte do mundo há comemoração. O cara fez Harvard, é negro, tem família bonitinha, eloquencia apurada, parece que manja de economia nesta época difícil,..., e daí?. Dentre os dois, eu votaria nele. Mas dar uma sacudida pro Obama, nem pensar. Político só ganha minha simpatia quando mostra resultados. Tá longe de vermos algo de concreto fora das manchetes de jornal.
Rodolfo
Aprendi muito
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